Nova Brasil FM

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Arembepe Reflexos e Perspectivas

Tendo em vista o mega projeto que a atual gestão municipal pretende implantar em Arembepe, visando à melhoria estrutural, tida como medida indutora do desenvolvimento econômico, turístico e social para esta comunidade e entorno. Na condição de cidadão, morador e nativo desta comunidade, além de ser membro de uma importante Associação como a CECODESFA, gostaria de apresentar minha visão profissional a comunidade, que tenho muito amor e orgulho. Sinto-me privilegiado em residir em uma localidade que dispõe de um amplo número de instituições artístico-culturais, comunitárias e belezas naturais peculiar para o lazer. Por ser sempre eixo central das manifestações político - partidária. Venho externar e compartilhar essa discussão a cerca deste tema mediante a intervenção do poder público, ansiosamente aguardada por nossa comunidade.

Atualmente, a Região Costa dos Coqueiros, vem despertando o interesse do empresariado, por se destacar perante as outras Zonas Turísticas da Bahia recebendo os maiores investimentos públicos e privados obtendo uma ordem de recursos bem superior as demais. Esse atraente cenário empresarial representa uma imensa oportunidade de negócios com a implantação de novos complexos hoteleiros, empreendimentos condominiais e turísticos. Porém devemos atentar para a forte especulação imobiliária que deverá se abater sobre nós residentes nativos. Como ameça também virão empreendimentos mais luxuosos e requintados, se sobrepondo aos tradicionais na busca dessa nova demanda mercadológica.

Sabemos que toda transformação causam impactos de toda ordem, sobretudo ambientais, sociais e, principalmente culturais. É preciso advertir aos nossos gestores que pretendem elevar o conceito estrutural local, que nossa comunidade apresenta um público mesclado e não segmentado como já se consolidou em Pólos Turísticos como Praia do Forte e Porto Seguro.

Tornando-se, necessário a elaboração de políticas públicas capaz de qualificar a população local para essa mudança, bem como para atender a demanda dessas organizações que certamente irão precisar de pessoas capacitadas para realizar suas atividades. Tomando como referência, o Pólo Industrial de Camaçari que durante a sua implantação na década de 1970, captou mão - de - obra externa para a sua operacionalização. Outra vez, a história tende a repetir com a indústria do turismo se medidas preventivas não forem tomadas, devemos atentar também para o impacto ambiental e social que essas organizações podem causar no entorno dessas localidades com o desmatamento, o assoreamento dos rios e lagos, a fauna e todo ecossistema que a região dispõe, pois onde há desenvolvimento há alterações no meio natural. As melhorias nos serviços essenciais, como educação, saúde e segurança pública, a promoção de cursos de capacitação nas áreas de idiomas, a valorização da mão - de - obra local bem como a adoção do IDH como indicador social, serão imprescindíveis para este momento, monitorando a evolução de desenvolvimento pretendido pelo Município no segmento turístico, de forma equilibrada, promovendo a inclusão social.

Portanto, faz-se necessário haver um rápido entendimento com a comunidade, sobretudo com os micros e pequenos empresários, assim como a imediata reativação e fortalecimento da Associação de Comerciantes de Arembepe, pois o comércio local encontra-se sem muito incentivo para modernizar suas estruturas operacionais de serviços, que precisam contar com o apoio da Prefeitura Municipal intermediando linhas de crédito junto às agências de fomento regional, facilitando e oportunizando esse acesso aos mesmos. Aí, padronizando e adequando os ambulantes e todo mercado informal.

É claro, que se torna emergente o aprimoramento de nossa infra-estrutura e da sensibilização e qualificação dos agentes envolvidos, para que a partir deste momento possibilitemos a inserção e evolução desse novo conceito turístico a ser implantado, disponibilizando consultores de instituições com o SENAC – Serviço Nacional do Comércio, SEBRAE – Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas, SUINVEST – Superintendência de Investimentos em Pólos Turísticos, FAPESB – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia, IEL - Instituto Euvaldo Lodi, CAR – Programa de Desenvolvimento de Ação Regional, PDRS – Programa de Desenvolvimento Regional Sustentável, SEPLANTEC – Secretaria de Planejamento Ciência e Tecnologia, além das agências de fomento como: BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNB – Banco do Nordeste do Brasil DESEMBAHIA – Agência de Fomento do Estado da Bahia, e a FINEP- Financiadora de Estudos e Projetos (Ministério de Ciência e Tecnologia), além da CEPED – Centro de Pesquisa e Desenvolvimento. Onde essas e muitas outras instituições, serão importantes para viabilizar ações desenvolvimentistas de investimentos, reduzindo as desigualdades sócio-econômicas existentes, oportunizando novas fontes de recursos através do turismo, estimulando o crescimento e gerando novos postos de trabalho para nossa região.

Precisamos sanar as necessidades elementares de Arembepe como: o esgotamento sanitário, o melhoramento no abastecimento de água, a implantação de caixa eletrônico 24h, o fortalecimento das entidades culturais, espaço destinado à comercialização de artesanatos, reordenamento do terminal de ônibus e extensão de novos horários, sinalização e identificação de ruas e praças, Centro de Atendimento ao Turista, formação de agentes turísticos, cursos gratuitos de idiomas, biblioteca comunitária informatizada para inclusão sócio – digital, construção de banheiros nas praias, construção do cais, apoio à colônia e pescadores, reativação da infra-estrutura de pesca, padronização das baianas de acarajé, das barracas de praia, controle e organização dos ambulantes, vigilância e controle sanitário mais rigorosos principalmente em ocupações ao longo dos rios e lagos e finalmente a regularização fundiária.

Pois, o momento é bem oportuno para que possamos nortear os esforços neste sentido, aproveitando o alinhamento das políticas públicas, ao tempo que dispomos de um contexto bastante favorável, com as três esferas governamentais de mesmo cunho político-partidário, mesmo em tempo de crise e recessão econômica. Enfim, independente de visão ideológica ou político- partidária o que está acima de tudo é o bem – estar da população, para isso as parcerias ainda continuam sendo a melhor opção para viabilizar ações em todos os sentidos.

Um comentário: